Doutrina de Himeneu e Fileto: A Ressurreição Já Aconteceu?
Por: Uismael Freire
Você já ouviu falar na doutrina de Himeneu e Fileto? Esses dois personagens são mencionados pelo apóstolo Paulo na sua carta a Timóteo, e a forma como ele os repreende ainda gera debates até hoje. Afinal, eles ensinavam que a ressurreição já havia acontecido, mas será que essa posição se aproxima ou se afasta do preterismo completo?
Neste artigo, vamos mergulhar fundo nesse tema polêmico. Vou te mostrar o que Paulo realmente quis dizer, qual era a doutrina desses dois homens e por que associar o preterismo completo a eles é um equívoco. Além disso, vamos entender o significado da ressurreição no contexto bíblico, analisando textos importantes e trazendo a visão de estudiosos respeitados.
Se você quer entender o verdadeiro ensino bíblico sobre a ressurreição e desfuturizar sua compreensão escatológica, fica comigo até o final. Você vai perceber que o assunto é muito mais profundo do que parece à primeira vista.
Quem eram Himeneu e Fileto
Para começar, precisamos entender quem eram esses dois homens citados por Paulo. Em 2 Timóteo 2:17-18 (NTLH), ele afirma:
“O ensino deles vai se espalhando como uma doença perigosa. Entre eles estão Himeneu e Fileto, que se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu; e assim estão destruindo a fé de alguns.”
Himeneu e Fileto defendiam que a ressurreição já tinha ocorrido, mas não explicavam como nem quando. Essa posição estava confundindo os cristãos, gerando medo e insegurança.
Segundo o teólogo N. T. Wright, “o erro deles não era afirmar um cumprimento, mas distorcer o significado da ressurreição”. Ou seja, o problema não estava no tempo, mas na natureza do evento.
A diferença entre a doutrina deles e o preterismo completo
Muita gente hoje tenta comparar a doutrina de Himeneu e Fileto com o que defende o preterismo completo, mas essa comparação não faz sentido.
O preterismo completo ensina que a ressurreição mencionada por Paulo ocorreu no contexto da destruição de Jerusalém em 70 d.C., cumprindo as promessas do “fim dos tempos” no tempo dos próprios apóstolos. Já Himeneu e Fileto não faziam essa associação histórica.
O estudioso R. C. Sproul explica:
“O preterismo defende que as profecias foram cumpridas no primeiro século, mas isso não é o mesmo que negar a ressurreição; é reconhecê-la como parte de um processo escatológico consumado.”
Portanto, o problema de Himeneu e Fileto não era o “quando”, mas o que eles estavam ensinando.
A ressurreição: física ou espiritual?
Um dos pontos mais debatidos é se a ressurreição ensinada por Paulo era física ou espiritual. Para entender isso, precisamos olhar para 1 Coríntios 15:44 (NTLH):
“Quando o corpo é sepultado, ele é mortal; mas, quando ressuscita, ele é imortal. Quando é sepultado, é feio e fraco; mas, quando ressuscita, é glorioso e forte.”
Paulo fala de uma transformação, e não de um simples retorno à vida física. A ressurreição aqui está ligada à nova criação em Cristo, algo espiritual e coletivo, cumprido na chegada do Reino.
O erudito F. F. Bruce comenta:
“A esperança cristã não é o retorno a um corpo corruptível, mas a participação plena na nova realidade inaugurada por Cristo.”
O papel de 70 d.C. na consumação da ressurreição
O preterismo completo entende que a destruição de Jerusalém foi o marco do cumprimento das promessas escatológicas, inclusive da ressurreição do último dia.
Quando Jesus fala em Mateus 24:34 (NTLH):
“Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos.”
Ele estabelece um prazo temporal claro: aquela geração veria o cumprimento. Para os preteristas, isso inclui a consumação da ressurreição uma transição espiritual, não a abertura de túmulos físicos.
Esse ponto é fundamental para diferenciar o ensino de Himeneu e Fileto do preterismo completo.
Por que Paulo combateu a doutrina de Himeneu e Fileto

Paulo não estava combatendo a ideia de que a ressurreição teria um cumprimento próximo. Ele estava combatendo a distorção da esperança cristã.
Os dois estavam abalando a fé dos irmãos ao ensinar uma versão incompleta e desconectada da ressurreição. Eles não ligavam o evento à promessa do fim da Antiga Aliança, o que fazia os crentes perderem o sentido da obra de Cristo.
O erro deles, portanto, era teológico e pastoral, não cronológico.
Como desfuturizar a sua compreensão escatológica
Se você ainda espera por um cumprimento futuro da ressurreição, talvez esteja carregando uma compreensão herdada da tradição e não da leitura do texto bíblico.
“Desfuturizar” a escatologia significa reconhecer que a consumação do plano de Deus já aconteceu. A morte foi vencida, o Reino foi inaugurado e você já participa dele hoje.
Ler a Bíblia com esse olhar liberta e traz paz ao coração. Como disse Jesus em João 11:25 (NTLH):
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
Vivendo à luz da ressurreição já cumprida
Se a ressurreição já se cumpriu, o que isso significa para a sua vida hoje? Significa que você não está esperando algo distante, mas já desfruta das promessas do Reino.
Essa consciência muda a forma como você enxerga o mundo, sua fé e até a própria morte. Não há mais medo, porque a vida eterna já começou.
Como conclui o estudioso Kenneth Gentry:
“A vitória de Cristo não é uma promessa futura; é uma realidade presente.”
Conclusão
A doutrina de Himeneu e Fileto foi combatida por Paulo porque deturpava a esperança cristã. Mas isso não tem relação com o preterismo completo, que entende o cumprimento das profecias na geração apostólica.
Quando você desfuturiza sua escatologia, passa a viver com uma fé mais sólida, descansando no fato de que a ressurreição prometida já aconteceu e que o Reino de Deus está plenamente acessível a você hoje.
A partir de agora, leia as Escrituras com um novo olhar. Pergunte-se: será que estou esperando algo que já aconteceu? Entender isso pode te libertar de ansiedades religiosas e te aproximar ainda mais da verdadeira obra de Cristo.
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